Recentemente eu e Thiago compramos um apartamento quase no centro de São Paulo – local onde os jovens conseguem preços mais baratos e menos tempo pra chegar nos trabalhos! Eu estava bem receosa de como seria a adaptação por ser uma pessoa que a vida toda morou na zona leste, em bairros menores e, relativamente, perto da família.
Eu me lembro, de quando adolescente, andar muito mais pelo centro, ir para a Galeria do Rock, 25 de março, mercadão, mas com o passar dos anos as imagens do centro na minha cabeça se tornaram sempre de insegurança, furtos e moradores de rua (o que realmente existe, mas não existe SÓ isso).
Aos poucos comecei a me aventurar: por causa de um ônibus errado fui andando do metrô até em casa, e sobrevivi. Depois, comecei a usar mais ônibus para chegar nos lugares, fomos andar com algumas vizinhas e fui descobrindo que existe vida no centro de São Paulo. Me senti confiante de conseguir andar sozinha, de descobrir novos lugares e caminhos em uma região tão antiga e histórica.
A convivência com diferentes realidades é real, inclusive a de pessoas em vulnerabilidade e que moram nas ruas, mas me surpreendi de encontrar muitos trabalhadores nessa situação (devia ser óbvio né?), pessoas que hoje eu vejo todo dia, a caminho do meu trabalho e do delas.
Não vou ser hipócrita de dizer que não tem perigo nas ruas, eu nunca uso o celular em locais abertos, sou medrosa mesmo, mas descobri que é possível viver bem por aqui, andar mais e usar mais transporte público.
Esse texto é um pouquinho do que eu tenho vivido e sentido,
Com amor,
Alana Bastos